segunda-feira

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Pesa-me o fardo de toda partida
Seja por alguém, algo ou lugar
O tempo detém esse presente.

Quando impotente tento conter o
Pensamento na esperança que não
Fuja para lugar que já estive é o
Momento que com maior força rompem
A fraqueza

Adentrando nas saudades que ainda são
Doridas, nesse acto de força, desembrulham a dor
E expõe-na no espelho da vida, não deixando espaço
Para que no tempo esvaneça.

Assim, entre esse passado ainda presente, abrigo-me
Nesse futuro presente ainda preso no tempo.

quarta-feira

Silêncio da alma


Eu vou onde os versos beijam-se

Onde as canções dançam em ritmos

Que acasalam os amores.


Onde as palavras perdem-se

No infinito das suas paixões.


Quando tudo se cala, acabado esta.

Então outro intento nasce desse silêncio

E segue um novo caminho.


Todas essas minhas canções são assim

Terminam, acabam, renascem e vivem

Dias após dias.


É nesse sentir que o grito da alma

Abandona o silêncio retirando-se

Para seu viver a cada fim.

segunda-feira

Nostalgia


Junto ao rio Tejo cantam as gaivotas
Apitam os barcos e o meu amor não passa.

Passam os viajantes uns desembarcam
Outros embarcam.

Entre as cinzas de uma Lisboa quase em
Lágrimas lembrando suas glórias.

Balançam as hastes das bandeiras avisando
Os desavisados que o canto das gaivotas
É o fado de outrora.


Nas aguas turvas do Tejo banha á alma
Corre nas suas ondas levando para outros mares
Á canção dos barcos, das gaivotas, e o cinzento do meu povo.


Subo a liberdade da minha rua, cantando a republica que já foi.
Trago no peito o cravo seco que de esperança esvaneceu.
Agarrado no meu grito vivendo a democracia envelhecida.

OBRIGADO Á TODOS