segunda-feira

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Se passarem por mim.
Se me tocarem deixa
De vós um pouco de nós.

Se eu tocar vós deixo de mim
Para vós. Não quero apenas
Cruzar os umbrais dessa porta.
Quero tocar e ser tocado por
Quem seja de verdade.

De quem para realidade os
Sentimentos estejam disponíveis
Para quem tem sede de trocar
Solidão. Caminho só. Mas aceito
Carona de outros solitários como eu.

Estou de pé vem andar comigo
Vem brindar a vida no seu belo.
Esta nos seus e meus olhos não
Percamos tempo com o céu cinzento.

Amanha quando cruzar os umbrais da vida
Haverá outro dia depois deste e os seus
Olhos contemplaram um novo azul, límpido
Ou não. O importante será ver com outra consciência.


domingo

Tragédias Percas e Dor

Rio de janeiro
Nada fala tão alto quanto a minha consciência
E porque não á ouço quando me fala? Tenho
Transformado a peleja numa derrota fracassada.

Antes mesmo de fazer frente ao meu rival
Me entrego, me rendo, cedendo aos Governantes,
O direito de falar por mim, fazer por mim, exceder,
Nas verbas públicas, no saneamento, na construção
No bolso e bolsa dos meus irmãos apelidando de bolsa
Família, bolsa é, de família não! Família é respeito, ética.

Quando nada faço com o meu direito estou renunciando
O direito de uma criança faminta comer, estudar e
Consultar periodicamente o médico de família e,
Especialmente crescer um cidadão socializado.

Á minha consciência me informa todas as vezes em que
Meu sufrágio tem que ser válido e eu finjo não ouvir por
Ser mais fácil ao exercício da preguiça. E assim diante
Da tragédia, somos á notícia, diante das percas somos
Apenas mais um número.

Dobra-se minha dor, pelas correntes de enxurradas que
Vem das terras do além e sem permissão leva consigo
Meus pertences, roubando vidas de filhos, maridos, mulheres,
Netos, deixando-os órfão como um pássaro engaiolado
Sem asas para voar.

Já não sinto os pés, roubaram-me os sapatos,
Tenho frio mas perdi a minha casa.

Olho para alto de onde me vira o meu socorro.
Minha alma responde com fé, com garra, que meu
Auxílio virá das minhas percas, irei junta-las e
Das suas cinzas êi de renascer. Juntarei a minha voz
Com outras vozes e juntos num só cântico diremos
Basta, basta, basta!

quinta-feira

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Muito de vez em quando a saudade de mim é tanto
Que revisito-me. Há lugares por onde evito passar.
Por exemplo, não visito com muita frequência meu
Coração, não porque não quero, mas há demasiada
Cicatrizes, silêncios do que ficou, esse pesar no fundo
Nada mas é do que a saudade daqueles que amo, amarei.

E é essa desventura que me afasta. Simplesmente não
Sei o que fazer quando estou só. Eu e meu coração,
Eu e a minha eterna solidão. Então prefiro visitar-me de
Tempo em tempos como uma amante requintada, sensível,
Que só pode receber seu amante com o tempo em queda livre,
Assim ao partir não sente sua despedida. Mas eu sinto sempre
Quando o visito. É demasiado penoso para mim o fardo da saudade.

domingo

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Coros de vozes entoam no eco da vida.
Cânticos de versos tristes, alegres, de
Minha alma e de outras almas que
Choram em rios de rosas secas.

Canto o hino a procura de liberdade
Entre notas vazias e palavras sem
Promessas. Canto eu, canta você, cantamos
Todos, que de alma ávida estende a mão
Para receber um abraço quase em vão.

Quando lanço bravamente a minha dor
Quero alcançar todas as outras que como
Eu vive segregado pela mediocracia que
Ignora meu viver.

Vivamos todos mais do que eles nos proíbem
Elevamo-nos mais do que eles esperam, assim,
Todos nós seremos um do outro á sua própria voz.
De vozes livres nossas palavras vociferará.

OBRIGADO Á TODOS